Hoje é o aniversário de 8 anos, do épico X&Y, álbum que já foi considerado fracasso, e que hoje é considerado fantástico, já foi considerado fracasso em vendas, e pra ter uma noção hoje em dia, não se acha mais pra comprar, que sim um pouco psicodélico e sem noção, mas é muito mais que isso. Os álbuns do Coldplay trazem algo fantástico, e talvez seja isso que me faz SER FAN DOS CARAS! Cada álbum tem uma espécie de história que se desenvolve nas músicas, mesmo q meio oculta, ou meio difícil de serem percebidas essas histórias sempre estão lá, "Mylo Xyloto" por exemplo veio para mostrar isso, tanto é que acabou virando HQ.
Mas enfim, quem consegue ver essas histórias em meio as músicas, parabéns, eu quase sempre as entendo, mas X&Y pra mim sempre foi meio confuso até o dia em que eu li isso e minha visão sobre X&Y foi completamente ou pelo menos 89% modificada.
A análise, muito detalhista do álbum foi postada pelo (acho) fan, Eder Bruno Cunha, ele foi simplesmente inteligentíssimo a comentar o álbum vejam:
_________________________________________________________________________________
X&Y, definitivamente é um álbum sobre a matemática!
Sim, esse é o mote para mais uma viagem sobre a obra prima do coldplay (na minha opinião) que gerou muita controvérsia desde o seu lançamento nos áureos anos de 2005.
A própria banda relatou na época em entrevistas o quão penoso foi arrancar alguma idéia pra concepção do que foi a 3ª obra deles, a dificuldade estava no perfeccionismo em se fazer um trabalho que superasse o seu anterior sucesso ARTBTTH.
É dificil encontrar uma coesão, ou algum pensamento sobre o que Chris Martin e sua trupe queria nos mostrar dessa vez, mas pra mim foi a primeira grande tentativa de conceituar suas canções na forma de um álbum e da forma mais difícil possivel (explico-lhes logo o por que) por ser inperceptivel a 'olhos nus' mas que tbm pode ter uma historia interessante;
Só depois de ouvir o X&Y por completo variadas vezes, buscar referências, pesquisar e adentrar no emaranhado complexo de sonoridade um tanto quanto inovadora para os padrões do Coldplay (é o álbum mais eletrônico deles) e letras que são cheias de porquês e de perguntas sem respostas - que podem nos dar uma resposta se você se permitir a procurar os códigos no álbum inseridos. Faço disso aqui uma idéia extremamente particular e com uma evidente nova forma de ouvir a obra que ousei embaralhar, ou rearranjar, ou arrumar, ou sincronizar, ou enfim: acompanhem o raciocinio.
Bem vamos começar pelo começo, o álbum ja é complexo pela capa, uma arte minimalista linda disposta em um emaranhado de blocos coloridos que como bons entendedores e fãs de Coldplay todos devem saber se trata do código Baudot (forma primitiva de comunicação telegraficas através de uma série de Zeros by. wikipédia) blocos esses, que reunidos da forma em que estão na capa formam codificadamente as inscrições X&Y.
X&Y: a representatividade dessas duas letras do nosso alfabeto, usualmente, na matemática representam incógnitas o que da ainda mais a sensação de que querer armar-se de códigos a serem decifrados. Colocando em práticas matemáticas o nome X&Y se deve ao sistema de coordenadas, aqueles em que aprendemos no colégio em que tem um gráfico com as abcissas e ordenadas com um X e um Y, como na ilustração abaixo:
A partir desse gráfico (muito importante para a concepção da teoria) da pra se tirar muitas idéias que serão diretamente remetidas ao álbum que coincidentemente, originalmente se chamaria 'Zero Theory' *no gráfico do sistema de coordenadas o ponto central que liga x e y é o marco zero.
Se bem todos lembram o cd é disposto por canções curiosamente divididas em X's & Y's, pois bem, se formos pensar logicamente a forma com que ouvimos o álbum em sua ordem numérica (x1, x2, x3... y4, y5, y6) está errada! Vejamos pelo gráfico acima - quando queremos encontrar a solução matemática ligamos x (abcissas) e y (coordenadas) e é essa a idéia que ouso propô-los, que tal ouvir o álbum ligando-o matematicamente? O próprio Chris pode estar propondo isso a nós em Y9. Low: "Living in perfect symmetry". Conspirem comigo e a teoria ficará exatamente assim:
X1. SQUARE ONE
Y1. SPEED OF SOUND
X2. WHAT IF
Y2. A MESSAGE
X3. WHITE SHADOWS
Y3. LOW
X4. FIX YOU
Y4. THE HARDEST PART
X5. TALK
Y5. SWALLOWED IN THE SEA
X6. X&Y
Y6. TWISTED LOGIC
E tendo como base primeiramente a matemática e o sistema cartesiano ligando X's e Y's formemos nossa teoria devidamente romantizada numa história, canção a canção e destrinchadas letras a letras para dar escopo a idéia.
PS: Ouça o álbum: X&Y - Coldplay (2005) ao ler a teoria/análise
X1. Square One - a primeira canção da nossa teoria é indiscutivelmente Square One, o título traduzido livremente quer dizer 'Estaca Zero' que é por onde tudo deve mesmo começar, a sonoridade dela é marcada por sintetizadores e uma bateria eletrônica fortes e robustos para dar o tom vezes sombrio, vezes frenético que norteia um personagem perdido que ecoa logo nos primeiros versos:
"You're in control is there anywhere you want to go?
You're in control is there anything you want to know?
The future's for discovering
The space in which we're travelling"
algo como:
"Você está no controle, há algum lugar onde você queira ir?
Você está no controle, há algo que você queira saber?O futuro é para ser descobertoO espaço em que viajamos"
O refrão de cara já é lancinante e muito importante pro desfecho do álbum, guardem-no: "From the top of the first page/To the end of the last day" (Do topo da primeira pagina: square one - Ao fim do último dia: til kingdom come).
Uma frase de cara importante e que nos leva mais uma vez a referencias a matematica e a evidências de que o personagem principal se sente perdido observa-se em: "Deciphering the codes in you/I need a compass draw me a map"
No decorrer da canção ele suplica que alguém o ouça a todo momento (o que pode ser 'linkado' aqui diretamente a "Talk") e ao fim da canção percebemos o quão triste e sofrendo o personagem está:
"Is there anybody out there who?
Is lost and hurt and lonely too?Are they bleeding all your colours into one?"
=
"Há alguém lá fora que
Está perdido, magoado e solitário também?Eles estão sangrando todas as suas cores em uma só?"
O porque de todo esse sofrimento está no decorrer das outras canções, como veremos adiante...
Y1. Speed of Sound - teclados dão melodia a speed of sound e aquele mesmo som meio espacial que ecoava em nossas cabeças no começo da primeira música fica o tempo todo ao fundo desta 2ª canção, que dá dicas logo nos primeiros versos de Chris Martin que esta deve ser a sequência lógica do álbum em que ele fala sobre começar:
"How long before I get in,
Before it starts, before I begin,"
=
"Quanto tempo antes de eu entrar nisso?
Antes disso começar, antes de eu começar?"
Speed of Sound é uma canção sobre a importancia de que mesmo quando você sofre um baque, uma queda, uma perda, a vida continua: "Planetas continuam se movendo na velocidade da luz."; Nada parou, nada estagnou, é necessário observar que tudo ainda continua...
O refrão com uma guitarra inpirada de Johnny Buckland vem com uma premissa cantada:
"And birds go flying at the speed of sound,
to show you how it all began.Birds came flying from the underground,if you could see it then you'd understand."
Os pássaros voando na velocidade do som veem para explicar como nosso personagem veio a se sentir deslocado, desmotivado, tirste e solitario... os pássaros veem pra fazer você entender (em forma de música) e explicar como tudo começou.
X2. What If - saem os teclados e entra um piano lamurioso. Em what if a incógnita está nos tantos questionamentos e perguntas sem muitas respostas que nosso personagem está galgando:
"What if there was no light
Nothing wrong nothing rightWhat if there was no timeAnd no reason or rhymeWhat if you should decideThat you don't want me there by your sideThat you don't want me there in your life"
algo como:
"E se não houvesse nenhuma luz
Nada errado, nada certoE se não houvesse tempoNenhuma razão ou rimaE se você decidir Que você não me quer ao seu lado?Que você não me quer na sua vida?"
Logo nesses primeiros versos é perceptivel o descontentamento, desapontamento, desmotivação a qual o eu-lirico se encontra, é evidente que ele perdeu algo mas ainda assim ele tenta se reerguer e superar a crise: "Oooh that's right/Let's take a breath jump over the side"
A canção que começa calmamente numa levada de piano da lugar a a guitarras, baterias e pianos grandiloquentes que terminam numa toada solene dizendo que 'a escuridão sempre se transforma em luz', luzes essas que irão clarear-nos e dizer o que realmente aconteceu na história desse personagem.
Y2. A Message - leves acordes de violão, e é em forma de uma mensagem que nosso código X&Y começa a ser elucidado. Logo nos primeiros versos cantados por Chris M. fica nitido que ele fala sobre uma história de amor, mas sem entregar de fato como essa história se dissipou e fez com que o personagem se sentisse perdido: "my song is love/my song is love unknown"
A calma dos acordes em que ele tenta se expressar e explicar que se trata de uma historia de amor vira desespero no refrão, é como se falar de sua perda fosse agoniante sobe uma bateria, a guitarra chora meio pesada contrapondo as cordas do começo, é como se o eu-lirico se descontrolasse:
"and i'm not gonna take it back
and i'm not gonna say i don't mean thatyou're the target that i'm aiming atand i get that message home"
=
"E eu não vou retirar [o que eu disse]
Nem dizer que não era o que eu pretendiaVocê é o alvo em que eu estou mirandoE eu levarei essa mensagem para casa"
Em um dos últimos versos ele suplica: "and i love you, please come home" - em vão. E a música termina nos mesmos acordes em que começou com o personagem guardando mais uma vez a mensagem para si mesmo, caberá a nós decifra-la.
X3. White Shadows - essa é uma das mais soturnas do álbum e da teoria toda, white shadows é providencial do início ao fim.
Começo falando de toda a atmosfera em torno dela, a sonoridade e letra como um todo é ponto chave... logo de cara um sintetizador sinistro (tocado por nada mais, nada menos que Brian Eno) em que nosso personagem parece nos contar sobre uma história de seu passado quando cirança:
"When I was a young boy I tried to listen
And I wanna feel like thatLittle white shadows blink and miss themPart of a system, I am"
=
"Quando eu era um garoto novo, eu tentei escutar
E eu quero me sentir daquele jeitoPequenas sombras brancas piscam e você as perdeParte de um sistema, eu sou."
A sacada aqui é a seguinte, nosso personagem quer voltar a ter uma sensação, um tanto quanto peculiar de sua infância - subliminarmente tudo nos leva a crer que quando ele era uma criança podia ver pequenas sombras brancas. Pequenas sombras brancas brilhantes e cintilantes = fantasmas!
Numa busca por se encontrar e se recuperar de uma grande perda ele recorre a elementos de sua infância, mas por que ele quer se comunicar com fantasmas?
Em meio a uma canção cheia de suspense com mais referências a matemática ("Part of a system, a plan") e um refrão fantasmagórico (Chris canta um "Maybe you'll know..." encima de uma guitarra afiada com a sua voz pontualmente duplicada para dar um efeito mais sombrio ainda) temos ainda mais um emblema pro fim da música, observe os versos:
"Swim out on a sea of faces
Tide of the human racesOh, an answer now is what I need...See it in a new sun risingSee it break on your horizonOh, come on love, stay with me..."
algo como:
"Nadando contra um mar de rostos
A maré das raças humanasOh, uma resposta agora é o que preciso...Veja isso em um novo nascer do solVeja isso surgindo no seu horizonteOh, venha amor, fique comigo"
O eu-lirico nos dizeres: 'nadar contra um mar de rostos, a maré das raças humanas' deixa pra trás a comunicação com fantasmas e faz referências a cair em si novamente, voltar a sua realidade exigindo o que todos estamos querendo: respostas!
Pois bem, ele deixa uma dicona da nossa hisstoria no último verso: "Come on love, stay with me..."
Y3. Low - é engraçado como essa música que soa mais pesada, veloz, vigorosa e elétrica do álbum possa ser o apice do dengrigolamento do nosso personagem, é das canções mais tristes e mais deprês de todas, e o seu contraponto é a energia que ela tem do início ao fim
Se lá no começo em square one ele podia sangrar em varias cores, aqui ele ve tudo em preto e branco. Tem algo mais desolante?
"You see the world in black and white
No colour or light[...]But you mean more, mean more to meThan any colour I can see"
=
"Você vê o mundo em preto e branco
Nenhuma cor ou luz[...]Mas você significa mais, significa mais para mimDo que qualquer cor que eu possa ver"
Ele continuo sofrendo por alguém e não ve mais sentido nenhum em sua vida, e por isso se sente 'baixo' - é uma sacada legal de low/baixo e down/pra baixo aqui - a sacada fica mais clara num dos versos mais legais de toda musica:
"And don't you wanna see it come soon
Floating in a big white balloonOr given on your own silver spoonDon't you wanna see it come downThere for throwing your arms aroundAnd say "you're not a moment too soon""
=
"Você não quer vê-lo chegar logo?
Flutuando em um grande balão brancoOu dado em sua própria colher de prataVocê não quer vê-lo descer?Chega de jogar seus braços para cimaE dizer "você não está nem um pouco adiantado""
Aqui ele fala do seu amor, que vem do alto, vem dos céus... flutuando em um balão ou no alto de uma colher de prata, o fato é que o seu amor está no alto e ele la no baixo querendo reencontra-lo
'cos i feel low?
Chegou a hora de dar explicações...
X4. Fix You - Chegamos ao meio da nossa viagem e consequentemente a catarse do álbum/história, fiX You, o momento em que o X encontra Y... não à toa essa é a canção mais importante do álbum, como a mais importante pra muita gente e até mesmo, quem sabe, para o Coldplay.
Ela começa triste com Chris numa voz quase que embargada sob um órgão/piano e violão melancolicos; FY é declaradamente uma música sobre perda como a propria banda faz questão de deixar claro e os seguintes versos vem para reforçar essa idéia:
"Tears stream down your face
When you lose something you cannot replace"
=
"Lágrimas rolam no seu rosto
Quando você perde algo que não pode substituir"
No contexto da nossa historia é nesse ponto em que revela-se que o eu-lirico perdeu uma pessoa querida, explica-se os porques dele se sentir tão perdido, os porques dele falar com fantasmas em 'white shadows' (come on love, stay with me), os porques dele se sentir pra baixo em 'low' e jogar os braços aos céus pedindo pro seu amor descer e o porque a escuridão se transformaria em luz em 'what if' (Lights will guide you home/And ignite your bones/I will try to fix you)
A música que começa com um Chris M. especialmente inspirado e termina com a uma banda completamente inebriada em unissono com um coral emocionante, final sublime.
Y4. The Hardest Part - essa é uma das baladas mais simplistas e ensolaradas do Coldplay, adoro o piano dela... e dadas as explicações anteriores, hardest part cai muito bem após a emocional Fix You, ela funciona como uma 'ressaca', é a música de reflexão do quão dificil é pro eu-lirico estar só, dos arrependimentos, de suas agruras e o desafio de enfrentar a barra, seguir em frente e principalmente vencer sua evidente desliusão:
"Everything I know is wrong
Everything I do it just comes undoneAnd everything is torn apartOh and it's the hardest partThat's the hardest partYeah that's the hardest partThat's the hardest part"
=
"Tudo que eu sei está errado
Tudo que eu faço apenas fica arruinadoE tudo está despedaçadoAh, e é a parte mais difícilEssa é a parte mais difícilSim essa é a parte mais difícilEssa é a parte mais difícil"
E termina com com um piano mais lindo que o do começo...
X5. Talk - essa é a mais eletrônica de todo o álbum, usa de riffs de uma banda alemã (Kraftwerk) pioneira no genero, a canção original curiosa/irionicamente se chama 'Computer Love' e vem para deixar a história mais eterea novamente.
Num climão total sideral nos primeiros versos ja reforça-se a tese anterior de sua irreparavel perda:
"Oh brother I can't, I can't get through
I've been trying hard to reach you'Cause I don't know what to doOh brother I can't believe it's trueI'm so scared about the futureAnd I wanna talk to youOh I wanna talk to you"
=
"Oh, cara, eu não consigo, eu não consigo superar
Ando tentando te alcançarPorque eu não sei o que fazerOh, cara, eu não consigo acreditar que é verdadeEstou tão assustado em relação ao futuroE quero conversar com vocêOh, eu quero conversar com você"
Nosso eu-lirico começa a dar sinais de insanidade, a solidão e depressão pode estar dando sinais de que ele não está mais regulando suas faculdades mentais, por isso a fissura em precisar falar, conversar, se comunicar.
Até mesmo o video-clip (genial) de Talk nos exprime uma idéia incomoda de loucura, insanidade - principalmente e exatamente na parte em que o Chris dialoga com o robôzinho e aparecem as inscrições de trás pra frente 'tell me how do you feel', que pode aqui ser a representação da louca mente do nosso personagem.
Eis os sinistros versos:
"Are you lost or incomplete?
Do you feel like a puzzle,You can't find your missing piece?Tell me how do you feelWell I feel like they're talkingIn a language I don't speakAnd they're talking it to me"
=
"Você está perdido ou incompleto?
Você se sente como um quebra cabeçaE não consegue achar sua peça perdida?Diga-me como se senteBem, sinto que eles estão falandoEm uma língua que eu não faloE eles estão falando comigo"
Nestes trechos, os indicios de vozes a conversar na mente do eu-lirico poderia sinalizar um quadro de esquizofrenia pelo trauma da perda
E a musica termina com uma bateria dramatica e dando brecha para a proxima canção nos versos: "And you feel like you're going/Where you've been before"
Ele sente como se estivesse indo para um lugar onde ele ja esteve antes: swallowed in the sea!
Y5. Swallowed in the Sea - o lugar mencionado em 'talk' é o mar de 'SitS' como pode ser verificado nos versos que se repetem algumas vezes na música: "Well, that's where I belong/And you belong with me".
Aqui há uma clara referência de como foi que o eu-lirico perdeu sua amada - 'engolida' pelo mar (afogada) - e na minha opinião nesse ponto da história nosso personagem num assomo de loucura tenta o suicidio no mesmo mar que o fez perder o amor de sua vida:
"Oh, what good is it to live
With nothing left to give?[...]Yeah, you belong with meNot swallowed in the sea"
=
"Para que serve viver
Sem nada mais para dar?[...]E seu lugar é ao meu ladoSejamos tragados pelo mar"
X6. X&Y - a psicodelia de X&Y vem a calhar nesse exato momento do álbum! O que teria acontecido ao nosso personagem? A história é narrada verso a verso da canção, logo no início Chris M. ja entoa: "Trying hard to speak and/Fighting with my weak hand/Driven to distraction" o que nos leva a crer que ele não morreu, mas a sua busca cega por sua amada o fez ter experiências interessantes (Experiência de Quase Morte pra quem acredite...) como pode observar-se no refrão:
"You and me are floating on a tidal wave
TogetherYou and me are drifting into outer spaceAnd singing..."
=
"Você e eu estamos flutuando sobre uma onda
JuntosVocê e eu estamos à deriva no espaço sideralE cantando..."
E embalada por violinos a canção termina pelo simples e belo refrão...
Y6. Twisted Logic - essa canção é a derradeira da nossa história, tem um pouco da obscuridade de square one, white shadows e talk e é enfurecida.
Ao pé da letra a musica se chama: Lógica Distorcida, na minha opinião uma referência ao embaralhamento proposital das canções no X&Y.
A história começa com nosso personagem acordando, literalmente, para vida:
"Sunlight opened up my eyes
To see for the first timeIt opened them upAnd tonightRivers will run dryAnd not for the first timeRivers will run"
=
"Luz do sol abriu meus olhos
Para ver pela primeira vezAbrio-os para o altoE hoje à noiteRios secarãoE não pela primeira vezRios correrão"
Ao que parece ele abriu os olhos para sua realidade e entendeu que existia um mundo a sua volta em que ele precisava se submeter e simplesmente seguir em frente...
Ele se concientiza sobre um futuro, aprendeu a lidar com isso e sabe que tem que continuar, pois o amanhã é uma incerteza pra humanidade: "Hundreds of years in the future/there could be computer/slooking for life on earth"
Nos versos: "say what you feel like/say how you feel" há uma clara referência ao verso "Tell me how do you feel" de Talk. E agora o eu-lirico não está mais "stuck in reverse" como em Fix You:
"You'll go backwards
but thenyou'll go forwardsagain"
=
"Você irá retroceder
Mas daíVocê irá pra frenteDe novo"
Ele entende enfim, que a vida é feito de altos e baixos e de progressos e retrocessos.
A música acaba em meio a um gritinho estridente de Chris M. junto com as batidas eufóricas finais de Twisted Logic.
'Til Kingdom Come - o silêncio que se dá entre Twisted Logic e Til Kingdom Come é proposital, esse hiato pode ser a representação do tempo, anos se passaram para o nosso personagem e eis que o prenuncio do fim vem em forma dessa bela canção que tem por titulo a tradução: 'Até o Fim dos Tempos', lembram-se do que eu disse la no início de Square One? Nos versos da primeira música do álbum ja previa-se esse desfecho: "From the top of the first page/To the end of the last day"... e eis que numa pegada country/folk, Chris M. narra o verdadeiro fim da história:
"Steal my heart... and hold my tongue
I feel my time... my time has comeLet me in... unlock the doorI never felt this way before"
=
"Acalme meu coração e mantenha-me calado
Eu sinto que minha hora, minha hora chegouDeixe-me entrar, destranque a portaNunca me senti desse jeito antes"
Imagino que pela passagem de tempo o eu-lirico ja tenha envelhecido e está chegando a sua tão esperada hora de partir... "And the wheels just keep on turning/The drummer begins to drum"
E no refrão ele entoa:
"For you I'd wait... 'Til Kingdom Come
Until my day... my day is doneand say you'll come... and set me freejust say you'll wait... you'll wait for me"
=
"Por você eu esperaria... até o fim dos tempos
Até que os meus dias... meus dias terminemE diga que virá... e me libertaráApenas diga que você esperará...você esperará por mimApenas diga que você esperará...você esperará por mimApenas diga que você esperará...você esperará por mim"
E termina...
-
"Em termos matemáticos X e Y eram sempre as respostas, mas na vida ninguém sabe."
"Para mim o disco fala dessas perguntas sem respostas, e do que você pode fazer em relação ao fato de que não pode explicar todas as desconhecidas variáveis." - Chris Martin
- Lembrando que isso é um texto de uma uma teoriasem ligações com a banda e portanto não oficial. A análise aqui divulgada foi criada e adaptada livremente por mim, baseado nas composições do X&Y.